quarta-feira, 9 de abril de 2008

The silence...

"There is a pleasure in the pathless woods;
There is a rapture on the lonely shore;
There is society, where none intrudes,
By the deep sea, and music in its roar:
I love not man the less, but Nature more..."
Lord Byron

Há um profundo prazer que paira no ar que inunda os caminhos ainda não trilhados pelo Homem; Há uma felicidade extrema no percorrer dum caminho nunca percorrido, um caminho de mistério, desprovido de ambição, desprovido de um objectivo além do próprio caminhar. No deambular sem busca está a paz, na aceitação do desconhecido está a aventura da vida: o beijo constante da felicidade.
Há um êxtase na costa solitária, o florescer de um silêncio que só pode ser atingido quando o Homem atinge a integridade de conhecer-se e aceitar-se, derivada da capacidade de estar apenas consigo, livre.
Há a sociedade, da qual o prazer profundo e o êxtase se afastam. Há essa sociedade, cujas amarras prendem a consciência do Homem e removem a sua liberdade. Há todas essas regras vãs, todas as normas fúteis, todas as leis ocas que destroem a espontaneidade do Homem. Toda esse rede burocrática moral, social, cultural, confunde e impede de ver a derradeira lei: a lei do amor. E com o amor vem o respeito, a compreensão, a paz e a justiça. Vem uma aceitação do outro em todas as suas diferenças, por mais diferentes que sejam, um respeito pelo seu ser.
O amor é natural, o amor é a natureza, é o regresso de cada ser vivo, de cada átomo, ao seu papel de igualdade perante tudo o que o rodeia. Se somos iguais respeitamos e aceitamos; se aceitamos e sentimos que somos aceites indiscriminadamente, somos livres; é natural...
Na gélida brisa por entre o ar rarefeito e o silêncio das grandes montanhas. Voando sobre os verdejantes vales, percorridos por rios de água pura e cristalina, e riachos que cantam o amor. O desembocar num mar vasto e profundo... Aí está a felicidade. No abraço constante desse mesmo mar, cuja espuma acaricia a areia, compondo uma sinfonia que desperta a paz dentro de nós. No brilho das folhas que dançam ao sabor do vento. No infinito de amarelos, vermelhos e laranjas que emana um pôr-do-sol... Aí está a felicidade. A harmonia desse estado natural e neutro desperta em nós um silêncio interior.

Não gosto menos do Homem, mas mais da natureza.