quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

Motivação

Uma alma tende a vaguear se não tiver um farol que a ilumine, um objectivo que a guie. Há momentos em que a minha alma se afasta do caminho...Há momentos em que a chama da minha força de vontade e determinação é soprada pelos ventos da dúvida e da minha humanidade. Para esses momentos faço-me acompanhar de um texto, texto este que me relembra de que não devo abrandar, e reacende a chama da motivação:
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"Uma das coisas mais tristes que pode acontecer a um ser humano é despertar, grisalho e enrugado, no final de uma carreira improdutiva, para o facto de que, ao longo de todos esses anos, apenas usou uma pequena parte de si mesmo."
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A ideia assusta-me, muito sinceramente, e redobro os esforços para não dar por mim nessa situação daqui a alguns anos. Assuta-me chegar a uma certa idade e pensar "podia ter feito muito melhor, tinha capacidades para mais...mas não fiz". Aplica-se a velha máxima que diz que não nos arrependemos do que fazemos, mas sim do que não fizemos. Não podia ser mais verdade.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Necessidades...

Será assim tão difícil termos o que queremos?
Ou será que queremos mais do que devíamos?
Na minha opinião a única coisa que "temos" de querer ou necessitar são as satisfações para as nossas necessidades fisiológicas, para os nossos instintos animais, indispensáveis à nossa sobrevivência. Tudo o resto é dispensável, deriva do hábito, e baseia-se no carácter inconformista do ser humano. Este caracter inconformista seria bom no sentido de querermos ser melhores, mas como tudo tem o seu lado negativo, e afecta seriamente a nossa felicidade, pois faz com que nunca estejamos satisfeitos.
Quanto maiores as nossas necessidades, maior a nossa infelicidade e frustração por não termos o que julgamos necessitar. Sendo assim, bastaria reduzirmos as nossas necessidades, para sermos mais felizes. Se precisássemos de menos, teríamos menos motivos para nos queixarmos.
Mas então, e de onde deriva a necessidade? Como já disse, julgo ser, em parte, da educação que tivemos, educação da sociedade em que vivemos, que nos ensina a viver com determinados confortos, confortos sem os quais não nos imaginamos a viver. Por outro lado, o Homem quer sempre mais, nunca está satisfeito. Por querer sempre mais é que na maior parte das vezes não é feliz. Se não quisessemos nada além do que temos teríamos muitos motivos para ser infelizes? Acho que não...
Agora imaginemo-nos com todos os bens e confortos imagináveis, ficaríamos satisfeitos? Concerteza que não, o Homem busca sempre mais. Podíamos ter todos os bens materiais do mundo que não ficaríamos satisfeitos. Partiríamos talvez em busca de algo mais... Então se, tendo tudo o que desejamos, não estaríamos satisfeitos, para que continuar em busca desso "todo"? Já agora...porque não partir directamente em busca do "algo mais", que pelos vistos se encontra acima de todos esses bens materiais, para não mencionar o facto de ser muito mais fácil de atingir.
Na minha opinião a solução encontra-se numa "simples" mudança de perspectiva, de prisma. Basta, em vez de orientarmos a nossa vida para o que nos falta, passarmos a valorizar as coisas que temos, por mais pequenas que sejam. Acho que darmos graças pelas coisas que temos, além de nos fazer esquecer um pouco aquilo que nos "faz falta", nos faz viver de forma mais alegre e sermos mais felizes.
Fisicamente, conseguimos viver com muito menos do que a nossa mente acredita sermos capazes, é uma questão de educação, seja ela externa ou interna. Há quase sempre alguem com menos que nós que é mais feliz que nós. Então se as necessidades que nos causam tanta infelicidade se originam na nossa mente, e a mente nos pertence e está sobre o nosso controlo (supostamente), como é possível que nós não consigamos compreender isso e redefinir as nossas necessidades e a forma como encaramos a vida?
Se calhar a nossa mente não está tanto sobre o nosso controlo, se calhar somos mais nós que estamos sobre o controlo da nossa mente...
Mas eu acredito profundamente que só não faz melhor quem não sabe que pode fazer melhor, e só não é mais feliz, que não sabe que pode ser mais feliz, mais facilmente do que pensa. Cabe a nós, então, exercer uma influência positiva sobre aqueles que nos rodeiam, e ajuda-los a encarar a vida de uma forma mais positiva, de forma a compreender como complicamos o que é simples...
Assim como a imagem captada por uma maquina é limitada pela objectiva utilizada, os olhos do observador determinam grandemente o que é visto, a interpretação das coisas...e sendo assim é mais do que compreensível que, tendo uma mente tão complexa, as pessoas tendam a ver as coisas de forma complexa, mesmo quando não são.