segunda-feira, 30 de abril de 2007

Surfando Sofás

Estava eu aqui num dos meus momentos de introspecção, quando me lembrei de partilhar convosco algo que acho maravilhoso, algo que me apaixona...
o couchsurfing não é apenas uma grande filosofia de vida, é A filosofia de vida...
o couchsurfing torna o mundo muito mais pequeno...quem diria que um dia haveria de ter feito amigos em sítios como o canada, frança, alemanha...e ter conhecido muito mais pessoas de muitos mais paises...e que agora quando for a qualquer desses paises vou ser recebido (espero) da forma que tentei receber todos os que ficaram cá em casa!
Para quem não sabe, o couchsurfing é uma comunidade de pessoas que partilham a paixao pela arte de viajar, sim porque na minha opinião é a 12ª arte (sim, já são 11, com a Computação gráfica em 11º), só não é a primeira porque não me cabe a mim decidir. Pode-se utilizar o hi5 como termo de comparação, para terem uma melhor ideia do que é o couchsurfing, mas digamos que o hi5 é a versão que passaria no horario nobre da tvi, enquanto que o couchsurfing passaria de madrugada na rtp 2. Todos os membros do couchsurfing disponibilizam um espaço a qualquer houtro membro que queira ficar na sua casa. E esta entreajuda permite que possamos viajar pelo mundo durante muito tempo sem gastar muito dinheiro (que é um problema com o qual nós jovens ja estamos familiarizados), gastando apenas dinheiro no transporte (a não ser que queiramos fazer como o meu amigo Auberi de Avignon, que anda à boleia!).
O Couchsurfing alem de providenciar uma forma de conhecer o mundo sem gastar muito dinheiro, possibilita outra coisa, um conhecimento muito mais profundo dos lugares que visitamos. Não se fica a conhecer a cultura turística, o aspecto "comercial" do sítio que visitamos, mas sim as entranhas de cada uma das culturas. Sendo recebidos por pessoas como nós, com formas semelhantes de encarar a vida, acabamos por descobrir aspectos interessantissimos de cada cultura, em que esses nossos "guias" nos levam a conhecer a verdadeira essencia da cultura. Ainda hoje estava eu aqui à conversa com a Elizabeth do Quebec, que me teve a explicar alguns aspectos da sociedade canadiana, das rivalidades dentro da própria comunidade, das tradições, da vertente boémia...heheh
Não sei se fui chato ou se vos consegui cativar pelos menos um pouco para este estilo de vida que eu tanto admiro...de qualquer forma este post foi patrocinado pelo www.couchsurfing.com, registem-se e juntem-se ao grupo daqueles que acham que a vida é curta demais para perdermos tempo com futilidades, com preconceitos estúpidos, que nos devemos abstrair das superficialidades e abraçar o que este mundo tem de melhor para nos oferecer, a multiculturalidade :)
Ponto


Segunda-Feira, 20 de Fevereiro de 2006

sábado, 21 de abril de 2007

A felicidade

Como tudo na vida, a busca da felicidade é também um processo paradoxal. É tão fácil, e é tão difícil. É fácil porque é algo que depende apenas de nós, e de uma reforma de pensamento. Não exige nada de material ou externo, mas sim um trabalho interior. É difícil por isso mesmo, porque esse trabalho se efectua por essa zona tão próxima e tão distante, esse mundo para muitos imensamente desconhecido. É difícil iniciar o processo porque desde sempre que somos educados a viver para fora, a depender dos estímulos externos, e a deixar-nos afectar automaticamente por tudo o que se passa à nossa volta. Somos ensinados a pensar de uma determinada forma, e é tão difícil aceitar que basta querer para mudar. Mas o conformismo é um cancro social que perdura, e que se opõe à verdadeira realização... tenho de me conformar, não é?

Mas então e porque é que a felicidade é tão fácil de atingir? Simples, porque os recursos necessários encontram-se dentro da nossa mente, e porque todos os obstáculos possíveis e imagináveis se encontram no nosso mundo psíquico.

Já os budistas dizem, e com toda a razão, que todos os nossos problemas têm origem na nossa mente. Sendo assim, aprendendo a dominar a nossa mente, podemos ultrapassar eficazmente todos os nossos problemas. A prova de que os nossos supostos problemas residem na nossa interpretação das coisas, é o facto de o mesmo acontecimento poder ser encarado por duas pessoas, de forma totalmente diferente. Nada é objectivo, tudo é subjectivo. Se o que consideramos um problema fosse de facto, e objectivamente falando, um problema, sê-lo ia para qualquer pessoa. No entanto, o que para uns é uma dificuldade, por exemplo, é para outros uma grande oportunidade de crescimento. Resumindo: Seja qual for o acontecimento com que nos deparamos, o ponto fulcral é a forma como o interpretamos. Podemos olhá-lo de forma positiva ou negativa, sendo o segundo tipo de abordagem a própria origem do suposto problema.

E aprendendo a arte do domínio mental, podemos alterar a forma como encaramos a vida e todos os acontecimentos com que nos deparamos, pois a forma como encaramos algo tem por base os pensamentos que deixamos entrar na nossa mente nesse preciso momento, e se dominarmos a nossa mente, escolhemos o que pensamos face a qualquer coisa com que nos deparemos.

Quando nascemos, somos obrigados a aprender o domínio do nosso físico, para nos podermos movimentar no mundo, e para podermos sobreviver. Pouco a pouco aprendemos a usar os músculos das pernas e começarmos a andar, da mesma forma que aprendemos a usar as mãos, a comer, etc. Isto à partida parece suficiente. É suficiente para quem quer apenas sobreviver. Mas ficar-se pelo conhecimento do nosso corpo, e pela aprendizagem do seu manuseamento, é estagnar. Deve-se então passar ao nível seguinte, que é o nível onde compreendemos como a nossa mente funciona, para a podermos usar como usamos o nosso corpo... e em vez de apenas sobreviver, prosperar.

Quando se compreende como a nossa mente funciona, quando se aprende a dominá-la, e usá-la em nosso proveito, todos os limites se esbatem, todos os obstáculos a uma vida feliz e realizada desaparecem gradualmente.

Um ser humano que não aprende a dominar a sua mente, é um ser humano cuja mente reaje de forma quase mecanizada aos estímulos externos: temos de ter preocupações, temos de ter pensamentos tristes quando há acontecimentos externos tristes, temos de ficar aborrecidos quando acontece algo que não gostamos, etc. Quando aprendemos a dominar a nossa mente, quando apreendemos o seu funcionamento, percebemos que com a prática, assim como controlamos as músculos das pernas para andar, podemos controlar os pensamentos que pairam na nossa mente. E a partir desse momento, tornamo-nos cada vez mais independentes do que se passa no exterior. Não reagimos de forma automática ao que acontece à nossa volta, mas escolhemos o que queremos pensar em cada momento da nossa vida.

Quando temos um domínio mental avançado, podemos eliminar todos os pensamentos negativos e preocupações que nos atordoam, e podemos ter uma mente límpida, com apenas pensamentos positivos e agradáveis, criando assim uma visão optimista do mundo e da nossa vida.

O domínio mental permite atingir um estado de total liberdade mental, pois a cada segundo que passa, somos nós que decidimos o que pensamos. E, como a forma como pensamos se reflecte na nossa vida, alguem quem domina constantemente os seus pensamentos, tem um total domínio da sua vida. A isto chama-se segurar as rédeas do destino.

Para terminar, uma citação de alguem que compreendeu, pelo menos em parte, como a domínio mental é a base de uma vida feliz e realizada:

“O preço da grandeza é assumirmos a responsabilidade por cada um dos nossos pensamentos”, Winston Churchill

quinta-feira, 5 de abril de 2007

Inverter o prisma

O mundo está às avessas. Não admira que abunde a frustração e o conflito nesta terra de paz e felicidade rarefeitas. Tudo está ao contrario... Passamos os nossos dias virados para o exterior, a observar as pessoas que nos rodeiam, constantemente a avaliar e criticar. Não admira que a maior parte de nós chegue ao fim dos seus dias sem se conhecer a si próprio, sem conhecer a pessoa com quem nasceu, e ao lado da qual passou todos os seus dias. Se tivessemos nascido e vivido constantemente ao lado de outra pessoa, após alguns anos, concerteza que a iríamos conhecer muito bem... e no entanto parece tão difícil conhecermos a pessoa que vemos ao espelho.

E como é que nos conhecemos? Da mesma forma que conhecemos qualquer outra coisa ou pessoa, observando... só que reorientando a perspectiva: observando-nos a nós próprios, aos nossos pensamentos e acções. Isto permite uma melhoria constante, uma melhor compreensão dos outros, e uma relativização do nosso "eu": a introspecção é a cura para o egocentrismo. A introspecção é de extrema importância porque nos permite melhorar, mas mais ainda pois só reconhecendo as nossas falhas e fraquezas podemos partir para a compreensão dos outros, das suas falhas e fraquezas. Isto acontece porque através da introspecção nos colocamos numa esfera superior, de observação de nós próprios, relativizando as nossas necessidades, e deixando de nos julgar o centro de todas as coisas.

Esse julgamento erróneo de que o universo gira à nossa volta, e para satisfazer as nossas necessidades, que estão à frente das necessidades das outras pessoas, é o outro motivo que me faz crer que o mundo está às avessas... que a nossa visão da realidade está deturpada. Esse egocentrismo que paira no céu das mentes dos sonâmbulos que por esta Terra vagueiam faz crer que as nossas necessidades pessoais estão acima das necessidades dos outros, do povo, da espécie. Desta forma vivemos para nós, vivemos para conseguir o melhor para nós, vivemos no nosso pequeno e insignificante mundo pessoal. Mas assim como devemos deixar de observar e julgar os outros para nos observar, e julgar, e melhorar... devemos também deixar de viver de forma egoísta, passando a ter uma visão mais humana e compreensiva dos nossos aliados na estrada da existência. Devemos compreender que temos uma dívida contínua a pagar, uma dívida àqueles que nos rodeiam pois sem eles nunca poderíamos existir, sobreviver, e prosperar. Devemos cumprir o nosso papel nessa cooperação Humana dando o melhor de nós aos outros, vivendo para os outros, adquirindo uma consciência global e uma ética humanista.