Não digo que a democracia seja o melhor sistema político que poderá ser alcançado, apesar de a minha imaginação não me permitir visualizar uma alternativa melhor que a igualdade democrática. E concerteza que a democracia na prática se afasta imenso da sua perfeição (ou quase perfeição) teórica. Teoricamente falando, a democracia não tem falhas evidentes, especialmente a democracia directa. Ao contrário da democracia representativa, em que são eleitos pelo povo representantes que irão durante o seu mandato pôr em prática a vontade do povo (relembro que estou a falar do conceito teórico de democracia), na democracia directa, o povo participa directamente em todas as tomadas de decisão. Obviamente que isto exigiria um desenvolvimento tal, e uma vastidão física a nível tecnológico, que abrangesse todos os cidadãos, permitindo um voto à distância, em qualquer lugar e altura. Apesar de ser uma alternativa menos viável, julgo ser a mais justa.
Mas esta perfeição teórica do sistema democrático (directo ou representativo), pressupõe uma educação humana que alcance todos os cidadãos, de forma a que estes estejam aptos a usar o seu poder.
Não prática isto não acontece, o que associado à falta de meios para votação à distância, invalida a democracia directa. A democracia representativa torna-se a melhor opção, por ser mais viável, mas também a mais facilmente corrompível. A falta de consciência popular, e a eleição com base em preconceitos ou critérios falaciosos e irrelevantes, assim como a falta de obrigação no compromisso entre o representante e o povo, levam a que a vontade do povo acabe por nem sempre se reflectir. Mas, apesar de todas as falhas, a democracia continua a ser a ideia mais perfeita de sistema político que o Homem conseguiu criar, e julgo que, antes de criticar a sua utilização, dever-se-ia procurar formas de a melhorar.
E a única forma de a melhorar substancialmente, é melhorando-nos a nós e à nossa consciência, aplicando de forma mais consciente e verdadeira o nosso poder potencial e merecido.