terça-feira, 28 de agosto de 2007

Demos Krathos

A democracia. Uma utopia materializada numa aplicação prática não tão utópica, por alguns criticada. Este número é, no entanto, progressivamente menor. Isto porque a democracia exige, na minha opinião, um certo grau de evolução humana, de evolução de mentalidade. Exige a compreensão da necessidade de igualdade ao nível da participação activa de cada cidadão na tomada de decisões relativas ao governo do país, da igualdade cívica e de liberdade.
Não digo que a democracia seja o melhor sistema político que poderá ser alcançado, apesar de a minha imaginação não me permitir visualizar uma alternativa melhor que a igualdade democrática. E concerteza que a democracia na prática se afasta imenso da sua perfeição (ou quase perfeição) teórica. Teoricamente falando, a democracia não tem falhas evidentes, especialmente a democracia directa. Ao contrário da democracia representativa, em que são eleitos pelo povo representantes que irão durante o seu mandato pôr em prática a vontade do povo (relembro que estou a falar do conceito teórico de democracia), na democracia directa, o povo participa directamente em todas as tomadas de decisão. Obviamente que isto exigiria um desenvolvimento tal, e uma vastidão física a nível tecnológico, que abrangesse todos os cidadãos, permitindo um voto à distância, em qualquer lugar e altura. Apesar de ser uma alternativa menos viável, julgo ser a mais justa.
Mas esta perfeição teórica do sistema democrático (directo ou representativo), pressupõe uma educação humana que alcance todos os cidadãos, de forma a que estes estejam aptos a usar o seu poder.
Não prática isto não acontece, o que associado à falta de meios para votação à distância, invalida a democracia directa. A democracia representativa torna-se a melhor opção, por ser mais viável, mas também a mais facilmente corrompível. A falta de consciência popular, e a eleição com base em preconceitos ou critérios falaciosos e irrelevantes, assim como a falta de obrigação no compromisso entre o representante e o povo, levam a que a vontade do povo acabe por nem sempre se reflectir. Mas, apesar de todas as falhas, a democracia continua a ser a ideia mais perfeita de sistema político que o Homem conseguiu criar, e julgo que, antes de criticar a sua utilização, dever-se-ia procurar formas de a melhorar.
E a única forma de a melhorar substancialmente, é melhorando-nos a nós e à nossa consciência, aplicando de forma mais consciente e verdadeira o nosso poder potencial e merecido.

domingo, 26 de agosto de 2007

Uma estrela ascendente

A mulher. Que ser maravilhoso temos nós meninos a sorte de ter como parceiras de coexistência. Um ser magnífico, que detém a chave da verdadeira forma de viver, com o coração, e vivendo uma vida vocacionada no sentido certo, o sentido humano. As mulheres são exemplos de perseverança e de força interior, pois sobreviveram, lutaram, e impuseram-se num mundo de seres que ousaram dar o seu nome à espécie. A subida da mulher foi mais tardia. Cresceu, mas sofreu sempre com a opressão masculina, e num mundo em que o homem julga reinar. Mas apesar do atraso na subida, a mulher brilha cada vez mais, e a sua subida é mais consistente e equilibrada... mais humana. A subida rápida do poder do homem terá uma queda rápida, enquanto que a subida inteligente da mulher lhe dará um longo reinado. Obrigado, mulheres, por darem côr e ternura aos nossos dias. Obrigado, anjos, por fazerem os nossos corações bater de amor por vós. Obrigado por servirem de exemplos de melhores humanos.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Crise de identidade global

A meditação é observação. É observação do nosso corpo, mas acima de tudo é observação da nossa mente, que leva à sua paragem. Quando, através da observação, ficamos a conhecer a totalidade do nosso funcionamento mental, cada parte do nosso ego, a mente para, porque já conheceu tudo e viu tudo o que havia para ver em si própria, e não se encontrou em lado nenhum. Há uma paragem quando concluimos que a nossa consciência obervadora é algo independente, que transcende a mente. Apercebemo-nos de que a identidade que julgavamos ter não é quem verdadeiramente somos... que a nossa verdadeira identidade apenas observa o que se passa em nós, numa espécie de sonho cujo despertar se chama vida. Com o auto-conhecimento atingido surge o sentimento de algo superior à mente, que observa. Quando se conhece algo na sua totalidade, é possível ter influência sobre esse algo. A mente, ao ser compreendida totalmente, fica à nossa disposição... do nosso verdadeiro Eu - da consciência. Quebra-se a identificação com a mente, desperta-se um estado superior de consciência, e a mente desce à posição de ferramenta à disposição da nossa identidade consciente.

Keep it simple

Os maiores êxtases da vida são sorrir profundamente, cantar livremente, dançar de forma liberta de medos, e amar. Dançar e cantar fazem a nossa energia entrar em perfeita harmonia. Sorrir canaliza a nossa força infinita, amar completa-nos. O canto afundou-se nas gargantas das pessoas porque os que dizem cantar foram a leilão, sobrevivendo apenas alguns bem-aventurados. O canto do ser comum seria assombrado aos olhos da opinião do povo, a sua música seria rasgada pelo olhar incisivo e crítico dos outros perante a falha. Deixou-se de cantar para buscar... para buscar a harmonia nas aguas de um rio que não tem mar, quando tudo o que é verdadeiro está na nossa nascente, uma oferenda da vida. Viver é cantar por amar, sorrir por dançar, e todas as combinações possíveis dessas quatro peças do nosso puzzle. Viver é sentir a capacidade de ser livre, festejar a cada segundo a sua simples e mágica existência, abrir a luz do coração à dança de toda a vida.