sábado, 17 de novembro de 2007

A gula do ego

O Homem vive numa busca constante. A sua mente parte permanentemente numa busca de algo que faça crescer o seu ego de alguma forma. Aquilo que com que nos identificamos torna-se parte do nosso ego. Identificarmo-nos com entidades superiores a nós acresce uma grande parte ao nosso ego, pessoas e ideologias partilhadas também, mas os simples ganhos da nossa vida também o fazem. Ganhos materiais, ganhos mentais e emocionais dão-nos uma sensação passageira de bem-estar, porque nos identificamos com o que ganhamos, e o nosso ego se sente maior, mais complexo. Essa sensação de bem-estar rapidamente desvanece, sendo aquilo que foi ganho desvalorizado, vulgarizado, e dando origem a um reacender da busca de algo novo, originada pela constante sede do ego de se fortalecer. Mas este ciclo não tem fim...
E este ciclo não tem sentido, pois não leva à realização plena, apenas se prolonga ao longo das nossas vidas. Leva a uma realização que é instável e não é livre, por depender se factores externos, e do constante alimentar do ego.
Quando se compreende a futilidade desta busca, e se está atento a esse impulso constante de procura, começa-se a abandonar o ciclo, e assim essa busca. Essa observação de nós próprios permite um estado de presença mais intensa, de satisfação e realização plenas. A orientação deixa de ser de busca de algo mais, e passa a ser de contemplação do que temos e do que já somos. A realização passa a ser o facto de estarmos vivos...
Essa realização é verdadeira, logo estável, plena e independente de tudo o resto.

2 comentários:

Anónimo disse...

ah tb ja falamos disto...devias por coisas no blog que nao tenhamos discutido pk assim nao tem piada... ainda tou a espera da cena da flor de lotus...
abraço,
guilherme

Anónimo disse...

tens razão, como (quase) sempre. palavras sábias as tuas! realmente nao são só os ganhos materiais (mais facil ou normalmente assim indentificados), mas também os mentais e emocionais k nos dao prazer e satisfação, alegria ou mm felicidade momentanea.. e k depressa, com qualquer tropeço, pode ser ou é logo desvanecida. só mm com uma paz interior mt grande, nao só amando mas sendo amor é k a felicidade e a vida podem ser genuina e grandiosamente vividas, de encontro à verdadeira realização interior.

és sempre uma inspiração. (e o quase foi dito só por dizer) :)