sexta-feira, 6 de outubro de 2006

Eureka!

Uma das coisas que mais prazer dá ao ser humano é a descoberta...
Descobrir algo novo...talvez por nos fazer voltar a experimentar, de certa forma, a infância onde este sentimento era constante.
Esta descoberta pode ser através de outros ou do desenvolvimento da própria espécie. Esta descoberta, ou novidade, pode também ser feita por por nós próprios, que é quando nos dá mais prazer, quando descobrimos algo que nunca foi descoberto por ninguem, ou chegamos por nós próprios a uma conclusão que já foi tirada por outros.
Isto é evidente na vontade com que as pessoas partilham algo que descobriram...todas as pessoas! Mesmo que tenhamos feito a descoberta ou chegado à conclusão por nós próprios, essa vontade de partilha é menor se alguem já tiver feito a mesma descoberta ou tirado a mesma conclusão, e tanto menor quanto mais pessoas já tiverem feito a mesma descoberta.
E esta relação descoberta/partilha relaciono com outro dos comportamentos que considero fundamentais da espécie humana e inerentes a quase todos os homens, que é a partilha do prazer e bem-estar. Acredito que quanto maior o prazer que sentimos, quanto mais felizes nos encontrarmos, mais nos viramos para as pessoas que gostamos, para com elas partilhar essa felicidade e bem-estar.
Basta reparar que quando nos acontece algo de muito bom, depois da euforia inicial, lembramo-nos logo das pessoas de que mais gostamos para com ela partilhar essa alegria.
E isto para mostrar porque acho que há uma relação directa entre o sentido de descoberta e o prazer associado, e a partilha dessa descoberta. Claro que essa partilha pode também enveredar, depois, por outros caminhos, como o do ganho de reputação e prestígio, quando a descoberta é de grande importância para um grande número de pessoas, alem de ser original.
Poderiamos classificar, deste modo, as descobertas, de acordo com a sua abrangência, como pessoal, intrapessoal - quando afecta o círculo de pessoas com quem lidamos (esta poderia ainda ser dividida em familiar, do trabalho, e relativa à esfera de amizades), interpessoal quando afecta o grupo de pessoas da intrapessoal e todas as outras pessoas externas, e histórica quando é uma descoberta que favorece o desenvolvimento da cultura e da sociedade, assim como a sobrevivência da espécie...
Após alguma divagação, que em parte serviu de sustento à ideia base deste post, defendo que a introspecção e o respectivo exercício do raciocício humano (de infindável potencial e merecedor da minha mais profunda admiração) é o maior dos prazeres...e quem não concorda concerteza que nunca o experimentou e todas a descobertas que pode proporcionar...algumas da esfera pessoal (que nos dão imenso prazer e providenciam uma paz de espírito e bem estar consideráveis), mas também da intra pessoal e, em alguns casos, da interpessoal. No campo da esfera que foi neste texto apelidade de histórica é mais difícil chegar a essas descobertas ao nível da intrspecção, pois já se exige muito conhecimento específico, científico ou aquirido através da experiência, de muito trabalho e/ou estudo.

2 comentários:

Anónimo disse...

Tens que estudar o Agostinho da Silva. Nós devíamos viver para o lazer e nada mais. Ou como dizia o Fernando Pessoa é na ociosidade que ainteligência se afirma. O resto é conversa.

Good Friend

Sleeping Buddha disse...

Muito interessante... :)
Ai são tantos os livros que tenho para ler...a lista de espera fica cada vez maior..hehehe