terça-feira, 28 de novembro de 2006

O pote de ouro no fim do arco-íris

Uma das minhas citações favoritas diz que "A felicidade é um caminho, não uma meta", e tento basear a minha vida e todos os meus actos nessa citação. A maior parte das pessoas "vive", como eu costumo dizer, em busca do pote de ouro no fim do arco-íris. Passam todo o seu tempo adiando a vida, à espera de momentos futuros. Passam o presente a pensar no que vão fazer, onde querem chegar, em tudo o que querem atingir na vida.
Passamos a vida a adiar o presente para preparar um futuro. Futuro que quando se torna presente volta a ser adiado. E o ciclo repete-se, até à altura em que nos apercebemos que a nossa vida passou, e passou tão depressa, que nem tivemos tempo de apreciar todas as coisas belas que ela nos dá. Quando chegamos ao fim do arco-íris e descobrimos que o pote de ouro não tem mais que uns míseros grãos de areia, pensamos que daríamos tudo para voltar atrás e viver de outra forma.
O segredo é consciencializarmo-nos JA de que a hora de viver é agora, de que não podemos perder tempo a vaguear no deserto do passado, nem em busca do oasis do futuro. Temos que viver cada segundo que passa, vivendo assim plenamente, e essa é a origem da verdadeira felicidade.
As pessoas passam o tempo a adiar a vida, dizendo que viverão plenamente no futuro: "quando acabar a faculdade...", "quando arranjar um trabalho", "quando acabar de pagar o empréstimo", "quando me reformar"... Mas o tempo que passam a adiar podia ser melhor aproveitado gozando a vida com entusiasmo e felicidade.
Não acho razoável passar dois terços da vida a matar-se a trabalhar a guardar dinheiro para ter uma boa reforma, a trabalhar para pagar uma boa casa e um bom carro... trabalhar, trabalhar, trabalhar... E enquanto não fazemos mais nada a vida passa-nos ao lado.
Na minha opinião temos de descobrir o que verdadeiramente nos apaixona, o que nos dá verdadeiro gozo fazer. Segundo a tradição Hindu, temos de descobrir o nosso Dharma. Depois disso, dedicamo-nos a essa paixão, e viveremos com entusiasmo e felicidade. Acordamos todos os dias com uma reserva inesgotável de energia e entusiasmo, e isso é que é viver plenamente.

3 comentários:

Sleeping Buddha disse...

Muito bem...muito bem... :) hehe
Realmente somos bombardeados, como dizes, desde crianças...e constantemente...
Temos é de, quando atingimos a maturidade mental, passar a pensar por nós! Não temos de seguir padrões nenhuns, percebes? A nossa vida é a coisa mais importante que temos, é curtissima, e única! Não faz sentido absolutamente nenhum vivê-la de acordo com o que os outros pensam estar certo!
A minha admiração por algumas filosofias orientais deve-se ao facto de defenderem que antes de pensarmos com a mente, devemos pensar com o coração...ou seja seguirmos um rumo de vida que nos satisfaça em todos os sentidos!
Acho que as pessoas não recorrem o suficiente à reflexão pessoal, não pensam! Andam atarefadas no dia a dia com todas as suas preocupações e não param para se conhecerem a si próprias, e descobrirem o que precisam para serem felizes!
"basta" (sim, porque exige algum esforço, mas justificado!) descobrirem esses novos "objectivos" e terem coragem de quebrar todos e quaisquer dogmas da sociedade para viver de forma a serem felizes!
Vou mas é para de escrever, que depois entusiasmo-me e não durmo hehe :P

Anónimo disse...

Gostei do que li, concordo inteiramente contigo e reconheço que isso está correcto. O problema põe-se quando pretendemos passar desta teoria correctíssima à prática. Aí somos confrontados com os filhos para criar, com o local para habitar (a tal casa para pagar)com um emprego que nos traga segurança para podermos comer, para nos podermos vestir... enfim, isto é tudo muito lindo mas no fundo no fundo não passa de teoria que só com muito boa vontade é que podemos pensar se viável.
Achas que devíamos todos tornarmo-nos eremitas como os monges tibetanos?Não creio que a sociedade beneficiasse com isso.
Jesus, Buda e Maomé por exemplo deixaram tudo e foram em busca da sua felicidade. Mas, quem somos nós para termos a pretensão de chegarmos sequer aos pés de tais figuras?

Good Friend

Sleeping Buddha disse...

Fico contente por termos mais um participante :) pena que não queiras dizer o teu nome, mas respeito isso!
Realmente é difícil passar da teoria à pratica, muito difícil às vezes...mas a recompensas é de valor inestimável...e cabe a cada um decidir se vale a pena, e se é capaz ou não.
Não acho que nos devemos todos tornar eremitas como os monges tibetanos :P pois esse é o "dharma" deles, e cada um tem o seu. Cada um tem de seguir o seu caminho e descobrir a sua felicidade. Temos que tentar nos superar sempre, e não aos outros, nem tentar ser como os outros. É uma demanda longa e solitária, mas extremamente agradável na minha opinião :)

Namaste!