segunda-feira, 29 de junho de 2009

Expandir horizontes

Na nossa a vida, a diversidade daquilo que vivemos e experienciamos é afunilada pelos mais diversos motivos. No mundo da arte, o leque tão vasto de obras disponíveis é imensamente limitado, na medida em que apenas nos chega uma parte muito ínfima da riqueza artística. Temos como exemplo o caso de culturas pop, de música comercial, que são tipos de artes das mais difundidas pela comunicação social, e com maior impacto gerado nas pessoas. Provavelmente não é uma coincidência, e a própria Psicologia pode explicar este fenómeno através do chamado "efeito de mera exposição". Este efeito leva a que, quanto mais vezes experienciamos uma coisa, mais nos lembramos dela, mais gostamos dela, etc., salvo raras excepções. Mas o importante aqui é a importância que isto pode ter na forma como se definem os gostos e as modas, e as correntes culturais. No caso de se verificar este efeito, uma das maiores razões pelas quais gostamos deste cantor, daquele tipo de filme, desta corrente de cinema, deste estilo musical, é o número de vezes que ouvimos e vemos essas músicas e videos, filmes e obras de arte. E a comunicação social tem um papel preponderante nessa transmissão, e na selectividade dessa transmissão, fazendo com que as rádios, as revistas, a televisão e também a internet tenham muita influência naquilo de que gostamos, por mais razões que arranjemos para justificar o porquê de gostarmos de determinado tipo de arte.
No entanto há outros tipos de arte. Há muita arte que não é tão difundida, e por isso torna-se mais difícil gostar dela. Mas um ligeiro esforço inicial para ver o diferente sem preconceito permite muitas vezes que surgam imensas supresas. Há artistas fantásticos em todos os tipos de arte que possuem lógicas não muito partilhadas pelo comum dos mortais, que criam melodias às quais o ouvido comum não está acostumado, etc. Estes contributos são tanto ou mais contributivos para a riqueza da arte, estando na raíz de toda a diversidade.
Escrevo isto na expectativa de que, caso alguem perca algum do seu tempo a ler este blog, possa de alguma forma contribuir para o abrir do espírito das pessoas ao novo, e apreciar mais outras facetas da vida que não aquelas que nos são impostas pela norma social. Apesar da defesa do difente, acho que não devemos cair na falácia de nos apegarmos ao diferente da tal forma que criamos uma aversão ao igual. Há muitas pessoas que se tornam admiradores de determinados tipos de artes alternativas, ou do alternativo no geral, e adoptam uma posição demasiado crítica em relação a tudo o que é vulgar a consumido pelo espectador comum. Temos sim de ser críticos, mas associando essa crítica a uma capacidade valorização do que é bom, conseguindo extrair o que de bom têm todos os tipos de arte. Não é por um artista ter uma imagem comercial (independente de a ter porque faz parte dele ou para vender) que devemos deixar de apreciar o sentimento com que canta, ou a profundidade das suas letras; não é por um artista ter letras demasiado superficiais ou sem sentido que devemos deixar de apreciar a criatividade da parte musical.

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