segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Wall-E

Depois de me terem recomendado, finalmente tomei a iniciativa de ver um filmes que desde o início nunca despertou o meu interesse: Wall-E. Poucos minutos de filme tinham passado quando me apercebi de que este não é apenas mais um filme de animação. Ao longo do filme não consegui deixar de ficar comovido, e aquando do seu fim era inevitável sentir-me profundamente inspirado.
Coloquemos de parte todos os preconceitos acerca dos filmes de animação. Esqueçamos o facto (pouco relevante para o efeito) de que os robots não têm características humanas. O Filme passa-se num futuro não tão distante, em que a tralha acumulada pelos seres humanos e o envenenamento do ambiente chegaram a um ponto em que todos têm de sair do planeta pois este tornou-se inabitável. Os habitantes partem a bordo de uma nave espacial chamada "Axiom", num cruzeiro com a duração de 5 anos, tempo necessário à limpeza do planeta. Wall-E é um robot pré-programado para essa mesma limpeza, mas é também um robot com características humanas como a curiosidade, e acima de tudo a busca do amor. Wall-E é um robot que anseia todos os dias pela vinda desse amor que irá dar cor à sua vida. Passados aproximadamente 700 anos, chega então o dia em que um robot enviado pela Axiom e programado para determinar se as condições de vida na Terra já são habitáveis, e o amor à primeira vista surge na vida de Wall-E, que faz tudo para poder estar junto de Eve. Wall-E segue Eve de volta ao Axiom, onde os seres humanos vivem em condições desumanizantes: vivem num estado quase vegetal pois até as mais pequenas tarefas são executadas por robots. Vivem num estado de obesidade mórbida e ignorância profunda, sem conhecer o planeta que abandonaram há séculos, sem saber o que é ser humano, o que é amar. A demanda de Wall-E em busca de Eve ilumina a vida desses passageiros com amor e liberdade, devolve-lhes a sua humanidade. O resto do filme fica para quem decidir vê-lo.
Esta é uma bonita história de amor, desse amor perfeito e sem barreiras que é uma parte essencial de quem é humano. É irónico o facto de ser um robot apaixonado a ensinar aos "vegetais" que habitavam a Axiom o que é amar. Mas este filme pode também ser encarado como uma crítica ao avanço tecnológico desenfreado e que nos desumaniza. É também uma crítica ao comportamento humano irresponsável, que destroi o berço onde foi criado. Pode, se estivermos abertos a isso, despertar a nossa consciência para o que é importante mudar, como a forma tratar a vida não humana à nossa volta... pode incitar-nos a ser mais humanos, a amar mais. No fundo, que há mais do que isso? Que há mais do que o amor?

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