quinta-feira, 7 de junho de 2007

Um mundo indiferente

Como é possível fechar os olhos? Como é possível tal cegueira nos ofuscar uma visão do mundo atormentado e doente onde vivemos? Como podemos decidir não ver que a solução existe e está ao nosso alcance? Temos todos os recursos necessários para acabar com a fome e a subnutrição, com todo o tipo de desigualdades... Como podemos deixar-nos cegar pelo poder, pela ambição, pelo egocentrismo/etnocentrismo, e relegar para o subconsciente a responsabilidade de agirmos segundo uma lei cívica e solidariedade universais, de seguirmos uma ética de compaixão e amor pelos nossos irmãos? Que espécie somos nós, que valoriza o desenvolvimento tecnológico e económico desenfreado, em detrimento de um desenvolvimento humano harmonioso, global?
Seguimos um desenvolvimento fragmentado e incompleto, porque temos vindo a ser seres fragmentados e incompletos. O problema reside no monopólio da mente no mundo em que vivemos, e nos seus métodos controversos. A mente é apenas uma das partes do nosso ser, e durante século permaneceu mestre e senhora, escravizando-nos, e tornando-se a causa de uma infinidade de problemas. A mente humana necessita do ego, da sua identidade, e o poder e as posses fortalecem essa identidade, muitas vezes à custa do bem-estar dos outros. A mente deve ser reduzida à sua função de ferramenta racional e lógica, e colocada no contexto de um todo, não fragmentado, unificando o ser humano, e levando a um crescimento humano como um todo. O coração deve segurar o leme da vida, e a mente deve ser o servo que ajuda em todas as tarefas de lógica e comunicação.
O coração não precisa de posses nem de poder para fortalecer o ego, o coração não tem uma identidade para ser ameaçada por medos, medos estes que originam defesas que são mais ataques à liberdade dos outros seres.
Um mundo melhor é um mundo onde a mente submerge no domínio do coração, na consciência... É um mundo regido pela harmonia natural do universo, um mundo onde cada um se apercebe do seu papel no todo, e que a igualdade é o mais fundamental dos direitos, e o mais esperado dos sonhos: a igualdade de expressão do ser e da sua singularidade, a igualdade de liberdade, a igualdade de ser feliz.

1 comentário:

Anónimo disse...

no fundo é o que todos procuramos e queremos, um mundo melhor!
um mundo, onde tomamos consciência do que somos, do que fazemos, do que queremos ser e do que somos. Um mundo livre, com pessoas libertas, sim, porque ser livre não é ser irresponsável, também não é leviandade, nem crime ou pecado, ser livre é procurar o melhor de nós, o melhor dos outros...o melhor do mundo!