sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Beco sem saída

Problemas...
Temos tantos problemas, tantas preocupações e tanto sofrimento. A vida é difícil, apresenta-nos tantas dificuldades e contratempos. Vivemos num estado constante de sacrifício do presente, partilhando esperanças de encontrar a felicidade no futuro. Mas quando o futuro se torna presente, vemos que a felicidade se voltou a distanciar para um futuro distante. Conformo-me com a minha infelicidade agora, sofro, para que no futuro consiga ter tudo o que me vai trazer felicidade. O futuro chega e transforma-se em presente... e atingimos a felicidade? Ou continuamos infelizes, com problemas e preocupações, e adiamos a felicidade para outro momento futuro? Parece-me que seja mais a segunda hipótese.
Quando tiver o meu emprego e um rendimento estável... aí sim vou ser feliz e os meus problemas e preocupações vão desaparecer. Ou será quando atingir um patamar elevado de poder, prestígio? Ou quando tiver todo o dinheiro e bens materiais que julgo serem suficientes?
Julgamos que as pessoas são infelizes devido à sua situação de vida, julgamos que os nossos problemas são o resultado das nossas circunstâncias de vida. Vamos analisar isto: uma pessoa pobre tem problemas... uma pessoa rica também... uma pessoa que faça aquilo que gosta profissionalmente também... pelos vistos TODA a gente tem problemas! Ou não? O mais provável é que qualquer um de nós, mesmo que visse todos os seus desejos realizarem-se, continuasse a ter problemas, e a sentir que faltava algo para a sua realização.
Então sendo assim, não será lógico que a origem dos nossos problemas não se deve às circunstâncias da nossa vida? Se todas as circunstâncias diferentes têm problemas associados, o mais provável é que assim seja. Então qual será a raiz dos nossos problemas? Não é muito difícil encontrar uma pessoa cuja situação de vida seja mais pobre exteriormente, e que seja mais feliz que outras com uma vida exterior rica. O que me parece, após estas considerações, é que a felicidade é algo interior.
Segundo vejo, o verdadeiro problema somos nós. O verdadeiro problema é o nosso desiquilíbrio interior, turbulência e desarmonia interior, que originam a infelicidade que tanto abunda no nosso mundo. E obviamente que essa infelicidade interior se reflecte no exterior. Ou seja, os nossos "problemas" são apenas consequências da nossa desarmonia interior!
Então não será lógico e racional deixar de procurar remediar a nossa vida através de mudanças no exterior? Se a causa dos problemas é interior, porque tentar resolvê-la através de constantes "melhorias" do nosso mundo exterior? Talvez o ganho de poder, prestígio, dinheiro, e todo o tipo de bens materiais faça parte de uma busca sem fim e infrutífera. Se assim é, porque não orientarmo-nos para resolver os problemas na sua origem, transformando o nosso interior, de forma a que, independentemente da nossa situação de vida, sejamos felizes.
O epicentro deste terramoto somos nós. Os nossos chamados problemas são o hipocentro, ou seja, um simples reflexo superficial do que se passa a níveis mais profundos, dentro de nós. Se o alicerce de um edifício está mal construído, por melhor que seja a sua estrutura superior, nunca será verdadeiramente estável. A mudança eficaz deve ser profunda, deve ser na origem.
Então, se a origem dos nossos problemas somos nós, até que ponto podemos considerar reais esses mesmos problemas?

1 comentário:

P σ ¢ α н σ и т α ѕ disse...

Caramba que tu escreves bem ;)
E sempre a tocar naqueles pontos...
Se a origem somos nós,os nossos problemas só podem ganhar a força q lhes dermos. Ou pensar que eles existem, quando a realidade para os outros que olham de fora é diferente!
Cada um de nós cria os seu vicíos e a sua maneira de sentir as coisas.Uns transformam coisas banais em fins do mundo e hiperbolizam a situação.
Seria tão bom que cada um de nós tivesse uma real consciência de tudo!

Não eu a tenho ainda, mas espero vir a ter :)

Olha vamos continuar a iluminar o mundo com um sorriso, sim?

Beijinho grande*